No fim de semana surgiu-me de repente a ideia (que pontualmente pensava ser apenas de adolescentes) de escrever um diário, como no tempo em que aqueles escreviam todos os dias páginas e páginas que mais pareciam um espelho, usavam cadernos e livros com cadeados a sete chaves (mas que qualquer um conseguia ler), escondiam da leitura dos mais curiosos só a revelando aos amigos mais chegados, e fazendo algazarra e cenas de dor quando alguém o desvendava sem autorização prévia!...
Voltar a escrever um diário? Ideia boa, tola ou discutível?Decidi perscrutar as motivações mais ou menos inconscientes, ou supostamente escondidas com alguma intencionalidade, maldade ou gozo secreto, que me tinham despertado para esta ideia que, de momento, continuo sem saber como a classificar. Metodicamente, alinhei algumas possíveis razões:
Por uma vontade ou apetência de perenidade pós-viagem, monolíticos de papel, tinta e algumas ideias que se tornem mais ou menos perenes, certos de que o fim está no horizonte e queremos manter algo vivo e presente, tantas vezes de forma desesperada, a todo o custo?
Para salvaguarda de uns tantos arquivos que o “hard drive” de um cérebro em contínuo desgaste já tem dificuldade de manter activos, com problemas acrescidos na tentativa de serem abertos quando queremos, enquanto só realmente se dispõem a tornar-se presentes e se desnudam diante de nós, com algum pudor, apenas quando eles a isso se dispõem?
Talvez para tentar encher de história, poemas ou conjecturas de notas que talvez um dia se revelam úteis (ou talvez não), mas pelo menos cheias dessa boa intenção. Pelo menos ficam!
Dessa forma, já comecei essa etapa... e não é que até estou a achar piada??!!
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