sexta-feira, janeiro 04, 2008

BALANÇO DE FIM DE ANO

Não sei para quê esta tendência de fazer balanços, como se eu própria não tivesse já tudo bastante balançado dentro deste turbilhão que é a minha cabeça. Não deve ser por eu ser Balança de signo, porque sou escorpião…
Tanto quanto podemos aprender com os nossos erros, é preferível não subir a muros. Lá em cima, sentimo-nos mais perto do céu, mas o tombo também é maior. Esta foi a lição que retirei e nunca mais subi, nem nunca mais subirei.
No meu íntimo, o que sinto, é que a vida é assim mesmo, é feita de altos e baixos.
É bom vibrar nos momentos altos e é necessário resistência para aguentar os baixos sem perder a esperança em dias melhores. São as voltas que a vida dá que nos mantêm vivos e despertos, e nos conferem experiência e sabedoria, e nos enriquecem a alma ainda que os matizes nem sempre sejam alegres.
De que nos serviria uma existência lisa e direita como uma planície, sem recortes, sem vertentes, sem curvas, sem contornos, sem surpresas, sem cruzamentos, com um horizonte fixo sempre definido, inalterável? Seria demasiado fácil caminhar sempre a direito, numa rotina automática de entorpecer os sentidos e de morrer de tédio.
Nunca escolheria um caminho sempre a direito, que não me proporcionasse surpresas e imprevistos, só para ter tudo sob controlo e assegurar o mínimo de sofrimento possível.
A vida é um labirinto e deve ser encarada como um desafio, competindo-nos procurar o nosso rumo, à nossa própria custa.
É nisso que consiste o sal da vida.
Portanto, o balanço do ano acaba por ser positivo. Foi tipo montanha-russa, que não é o mais aconselhável para os cardíacos, mas também esteve longe de ser monótono e insípido. Ganhei mais do que perdi. VIVI e senti-me VIVA, por isso valeu a pena. Como diz o poeta, “Tudo vale a pena se a alma não é pequena”. Que a minha alma seja sempre suficientemente elástica para conseguir albergar todos os imprevistos da vida de forma a conseguir liquidar cada ano sempre com balanço positivo…

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