A idade não perdoa

Estou orgulhosa de mim, cerca de 20 anos depois voltei a beber leite!!! Sempre me lembro de achar que era mais uma das bebidas brancas que me faziam chamar o Gregório, o moço das ceroulas, pra quem ainda não sabe... Quando era “piquena”, lembro-me da minha avó me obrigar a beber leitinho do bom, saído da vaquinha directo para aquelas leiteiras de alumínio onde permanecia quentinho quase até à hora do lanche. Quentinho e cheio daquela natinha horrorosa, o principal impulsionador da chamada do dito amigo da cueca à moda antiga. Lembro-me também da Beatriz me preparar o leite, com umas gotinhas de café pra disfarçar, e o belo do pão com “Planta” todo o santo dia para o pequeno almoço. Não me lembro quando, mas sei que um dia me emancipei e nunca mais bebi leite nem comi pão com “Planta”! Tentaram me dissuadir com argumentos do tipo que eu gostava de todos os derivados, me fartava de beber iogurtes e que agora até havia uma coisa chamada leite magro que não sabia a leite!!! Confesso que não entendi muito bem o propósito de tal coisa... Para mim seria como comer um bife com sabor a bacalhau cozido e eu até gosto de bacalhau... Enfim, não foram argumentos como o da osteoporose, ou das unhas ou das 1000 e muitas coisas às quais toda a gente diz que o leite faz bem, que me fez voltar a beber. Aliás, pra ser sincera, não sei bem o que me fez voltar a beber leite mas desde que voltei a comer feijões já estou por tudo... Pra já o fígado ainda está a salvo juntamente com o grão, a cabidela e a lampreia... Brrrr, só de pensar até me dá volta ao estômago!!! Bem, quam sabe daqui a mais 20 anos... Naaaaaa...